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quinta-feira, 25 / abril / 2024

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ARAGUATINS: Amazônia perde para Covid-19, Fátima Barros, uma das grandes líderes quilombola

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Araguatinense. Nona de uma família de dez irmãos. Filha de Cantidio Barros e Vicência Barros. Maria de Fátima Batista Barros, professora e uma das maiores líderes quilombolas da região Amazônica, é mais uma vítima da pandemia.

Ela faleceu nesta terça, dia 6, no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAug). Ela já havia perdido um irmão para a mesma doença.


Apegada a família, Fátima fazia questão de lembrar de seus pais, sempre que chamada a falar sobre suas origens, como fez à Revista Marie Claire, em 2019. Da mãe, Vicência Barros, ela chamou de guerreira, quilombola da Ilha de São Vicente, quebradeira de coco, que contava as histórias sobre o território, o navegar de canoa, as pescas e dizia que seus familiares tinham sido escravizados e seu povo havia feito uma viagem no passado até serem trazidos para a ilha de São Vicente, em Araguatins. Do pai, Cantidio, ela relatava ser de fala mansa, tranquilo e extremamente afetivo e amoroso com a família e que, de sua maneira simples, sabia o poder transformador da Educação.

No relato, ela lembra das dificuldades para estudar. Foi a primeira pessoa da família a possuir um curso superior. Fátima contou como seu pai ergueu a primeira escola no povoado Centro do Jacobe, que atendia todas as crianças da localidade da primeira à quarta série fundamental.

Fátima respirava Educação e cultivava sua Cultura. Ela cursou pedagogia na Universidade Federal de Goiás (UFG), se formando em 2002.

Depois da faculdade, Fátima retornou para Araguatins, e assumiu a função de coordenadora pedagógica na antigo Centro de Ensino Médio Professora Antonina Milhomem (CEMPAM), onde também foi supervisora pedagógica. Em 2007, assumiu a coordenação regional de educação para a diversidade e trabalhou com pautas da diversidade em 12 municípios em 56 escolas e coordenava uma equipe de 32 técnicos pedagógicos, atendendo educação do campo, educação indígena, Pro jovem Campos Saberes da Terra, EJA, ENCCEJA, Brasil Alfabetizado, Educação Profissional, Educação Especial/Educação Inclusiva, programas de correção de fluxo e distração idade série, alimentação escolar, entre outros programas.

A partir de 2010, Fátima passa a militar no movimento quilombola nacional, onde esteve presente até os dias de hoje.

O corpo de Fátima será sepultado ainda nesta terça, em Araguatins.

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