Um grupo de profissionais de Saúde que trabalham no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAug), responsável por atender grande parte dos municípios do Bico do Papagaio, procurou o webjornal Folha do Bico, neste sábado, 2, para tornar público a insatisfação com as condições de enfrentamento do coronavírus (Covid-19), na unidade de saúde.
Segundo os profissionais, existe grande falta de equipamentos de proteção individual. “Nós estamos com um local no HRAug preparado para receber os suspeitos de Covid-19, mas o que se percebe, é que a pessoa chega infectada e é atendida no PS ou por falta de diagnóstico correto, ou experiência do profissional médico, ou da equipe, ou por não querer fazer o exame comprobatório de Covid-19 ou o swab nasal, esse paciente acaba rodando o hospital inteiro, e como não há equipamento de proteção individual (EPI’s), para todos, como pessoal da limpeza, enfermagem, recepcionistas, etc”, disse uma das profissionais.
Ainda conforme o grupo, esse tipo de paciente em estando contaminado, acaba por contaminar toda a área. “Nossa preocupação é que todos da unidade hospitalar vão se contaminar em um breve período de tempo, serão afastados e não terá ninguém para ser reposto no lugar e a população vai sofrer as consequências”, disse a profissional.
Os grupo aponta as esferas estadual, municipal e a gestão do hospital pela situação. “Cada um deles tem sua responsabilidade individual, única e intransferível. O gestor do hospital não deveria ter aceito ser referência de Covid-19, já que sabia que não tinha profissionais suficiente para a linha de frente, não tinha capacidade de fazer treinamento especializado na condução clínica, não tinha equipamentos e insumos suficientes para o serviços ser feito com dignidade. O gestor municipal a tempos não se responsabiliza com a Saúde do município de Augustinópolis, consequentemente não sabe nem por onde começa e onde termina a necessidade do município, quer abrir um UPA que já era para ter sido instalado a muito tempo, e agora em tempos difíceis não vai conseguir organizar o serviço e vai igualar a assistência ao Hospital Regional, ou seja, fingindo que atende, fingindo que está tudo bem e os pacientes morrendo e os profissionais morrendo. O gestor estadual ignora as cidades pequenas, e, não se sabe onde isso vai parar, enfim, indignada com a situação, e sofrendo psicologicamente junto com os meus colegas de trabalho, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnico de Raio-X, agentes de limpeza, pessoal da copa, manutenção, recepcionistas, pessoal do RG, da US, da marcação de exames, etc”, finalizou.
O espaço fica aberto para que a direção do Hospital Regional e as Secretarias de Saúde de Augustinópolis e do estado do Tocantins, comentem o desabafo.