- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
quinta-feira, 25 / abril / 2024

- Publicidade -spot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Coco babaçu gera renda e transforma vidas no Bico do Papapagaio

Mais Lidas

Inspirados pelo babaçu, artesãos dos municípios do Bico do Papagaio, extremo norte do Tocantins, vem ultrapassando os limites territoriais, fortalecendo o artesanato e preservando a identidade cultural da região, conhecida pelos ricos recursos naturais e pelos conflitos sociais nas décadas de 70, 80 e 90, entre fazendeiros e posseiros pelo controle de terra.

Coco babaçu se transforma em acessórios femininos
Coco babaçu se transforma em acessórios femininos

Através do Projeto de Artesanato da Amazônia Legal Tocantinense (ARTENORTE), realizado pelo SEBRAE e parceiros, iniciado em 2006, cerca de 90 artesãos receberam capacitações relacionadas à gestão de negócios, melhoria ao acesso à inovação tecnológica e ampliação de acesso a mercados.

Essas ações foram realizadas unindo a inclusão social e a geração de trabalho e renda à preservação ambiental. Em um primeiro momento, foram contemplados os municípios de Aguiarnópolis, Tocantinópolis, Nazaré, Luzinópolis, São Bento e Araguatins.

Almofada com detalhes de coco babaçu produzidas no Tocantins
Almofada com detalhes de coco babaçu produzidas
no Tocantins

Das capacitações realizadas com designers, arquitetos e fotógrafos, a comunidade de artesãos e quebradeiras de coco transformou o babaçu e o carvão em mais de 100 produtos como toalhas de mesa, almofadas, acessórios de moda (colares, bolsas) e utensílios domésticos (luminárias, velas, arranjos florais), e lançaram a “Coleção Babaçu”, que ganhou os grandes centros e mudou a realidade de muitas famílias tocantinenses.

A diretora técnica do Sebrae Tocantins, Mila Jaber, diz que após a “Coleção Babaçu” em 2010, foi iniciado um novo ciclo de trabalhos através do projeto “Artesanato Sustentável Babaçu Brasil”, o que expandiu o atendimento para mais sete municípios, “onde foi oportunizado a inclusão de aproximadamente 60 novos artesãos da região do Bico do Papagaio”.

Artesãs durante oficina
Artesãs durante oficina

Hoje, cerca de 150 mulheres artesãs, empreendedoras individuais e potenciais empreendedoras ligadas à atividade artesanal estão sendo atendidas pelo Sebrae na região norte do Tocantins, como é o caso de Doemy Araújo, 49 anos, de Tocantinópolis. Há seis anos trabalhando com o babaçu e o carvão ativado do babaçu, Doemy foi uma das finalistas do prêmio Top 100. “O artesanato é a única coisa que sei fazer, quero continuar fazendo e morrer fazendo”, diz em tom alegre.

Aline Cunha, 33 anos, moradora de Araguatins também deixou o trabalho do lar para investir no artesanato. Hoje, ela é tesoureira da Associação dos Artesãos de Araguaçu – Babaçu Arte. “Até então, olhávamos para a palmeira e enxergavámos só o azeite e o carvão. Agora temos a visão do artesanato mais elaborado, com design. Esse foi o diferencial”, afirma. Aline ainda afirma que o trabalho com o babaçu transformou as mulheres envolvidas. “Não só na questão financeira, houve um desenvolvimento pessoal, as pessoas não são mais as mesmas.”

Artesanato feito com o coco babaçu
Artesanato feito com o coco babaçu

O trabalho tem dado tão certo que outros produtos devem ser lançados no segundo semestre. Está em fase de criação a coleção “Babaçu Brasil”, que visa valorizar a marca que representa o artesanato da região do Bico do Papagaio.

Dificuldades

Embora os produtos já tenham reconhecimento e mercado, ainda falta estrutura para que os artesãos trabalhem. Doemy conta que em Tocantinópolis, não há uma sede para os artesãos trabalharem. “Ainda temos muita dificuldade, contamos apenas com o apoio do Sebrae. Não temos casa, sempre que surge um trabalho nos dividimos e cada um faz em sua própria casa.”

Em Araguatins, as mulheres expõem os trabalhos na feira e atendem encomendas. “Ainda financeiramente não estamos como queríamos. Queremos que melhore cada vez mais”, diz Aline Cunha.

Região
Conforme o Sistema de Informações Territoriais, o Bico do Papagaio é composto por 25 municípios e população de 196.389 habitantes, dos quais 66.533 vivem na área rural, o que corresponde a 33,88% do total. Possui 7201 agricultores familiares, 5732 famílias assentadas e duas terras indígenas. E é nessa região, que mulheres transformam recursos naturais em produtos artesanais e geram renda para sustentar suas famílias.

Bolsas feitas com o coco babaçu no Tocantins
Bolsas feitas com o coco babaçu no Tocantins

Segundo Mila Jaber, a partir de 2006, foi possível abrir novas possibilidades para os artesãos inseridos na região do Bico do Papagaio e “com inovação e design o mercado conheceu as habilidades de nossa gente e a riqueza do coco babaçu”, o que vem transformando histórias de vidas.

“Durante esses anos a instituição oportunizou a participação dos artesãos da região do Bico do Papagaio em feiras nacionais e internacionais, com isso, foi possível prospectar novos negócios e parcerias efetivas tanto em âmbito nacional quanto estadual para fortalecer o artesanato em coco de babaçu”, destaca.

Babaçu

Babaçu transforma vida da população do Bico do Papagaio
Babaçu transforma vida da população do Bico do
Papagaio

Nome de várias espécies da família das Palmáceas, especialmente Orbygnia martiana e Orbygnia speciosa, com longas folhas, penadas, encontradas na região amazônica, no Brasil central e no Nordeste. Seus cocos oleaginosos fornecem um óleo que se emprega como lubrificante, combustível ou alimento, em substituição à manteiga ou ao azeite, e como base para sabonetes. Suas folhas fornecem palha branca para cobrir tetos de ranchos e casas, e também para fazer chapéus. (Informações Dicionário Michaelis) (G1)

- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

1 Comentário

- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Últimas Notícias