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sexta-feira, 29 / março / 2024

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Guerrilha do Araguaia: encontrada fossa séptica

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guerrilhaEstojos de munição, frascos de inseticidas e remédiossão alguns dos objetos encontrados naquilo que seria uma fossa séptica usada por oficiais e soldados do Exército Brasileiro na base de Xambioá, no estado do Tocantins, por ocasião do episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia (1972 a 1974).

Os objetos foram encontrados no início da tarde de domingo, 4, por técnicos do Grupo de Trabalho Tocantins (GTT), força tarefa composta pela Polícia Federal; peritos forenses do Ministério da Defesa; governo do Pará, representado por Paulo Fonteles Filho; Exército Brasileiro; além de parentes de guerrilheiros mortos e desaparecidos durante a guerrilha. Até o momento, é o que se pode considerar de um resultado bastante produtivo, considerando que em outras 13 expedições realizadas com o intuito de localizar restos, ou vestígios de guerrilheiros mortos na região do Araguaia os resultados foram tímidos.

As buscas do GTT ontem se concentraram em dois pontos: um local denominado de “Pimenteira”, em São Geraldo do Araguaia, e outro local onde funcionava a base do Exército em Xambioá, à margem esquerda do rio Araguaia.

Seria neste local onde o corpo do guerrilheiro Osvaldo Orlando da Costa, o “Osvaldão” teria sido sepultado. Ele, de acordo com o livro “Bacaba”, teria sido executado no dia 7 de fevereiro de 1974 em função de uma “tocaia”, tendo como atirador o mateiro Arlindo Vieira da Silva.

Um dos ex-guerrilheiros, Josias Gonçalves, que na época usava o codinome “Jonas” foi quem sepultou o que restou do guerrilheiro. Ele disse que enterrou “Osvaldão”, numa sepultura de sete palmos, atrás de onde funcionava uma enfermaria, tendo como referência uma pista de pouso usada pelos militares. “Jonas” tinha como referência uma cisterna, que atualmente está aterrada e dentro dela nasceu uma árvore. Quem ajuda nas buscas na antiga base são dois ex-soldados, Raimundo Pereira de Melo e Antonio Adalberto Fonseca, este chamado de Raul.

Ambos colaboraram com informações que levaram até o local da antiga base. “Raul”, por exemplo, citou que havia a fossa onde ele, por diversas vezes jogou objetos dentro.

“Fico feliz por ter contribuído e percebo que as buscas estão tendo algum resultado, pois encontramos alguns objetos que os militares usavam naquela época como os inseticidas”. O registro dos produtos data de outubro e agosto de 1967 e 1968, respectivamente.

“Jonas” tem certeza, “como dois e dois são quatro” que “Osvaldão” foi sepultado às proximidades dessa cisterna. “Foi eu que enterrei o corpo dele, inclusive estava fedendo bastante, o que indica que havia sido morto há dois dias. Lembro como se fosse hoje. Chegaram com o corpo dele no final da tarde e no dia seguinte o ‘Doutor João’ pegou na minha orelha e disse: ‘vai enterrar o teu irmão’, lembra.

Segundo Antônio Adalberto Fonseca, na antiga base de Xambioá, seguramente foram enterrados os corpos dos guerrilheiros “Peri” e “Batista”. “Vi estes dois guerrilheiros chegarem aqui e foram mortos e enterrados nos fundos da enfermaria”. O fato de os peritos localizarem a fossa séptica indica que ele estava certo ao apontar o local onde os guerrilheiros foram mortos. “Lembro perfeitamente, aí no fundo era o local onde se praticava tiros, daí a quantidade de estojos. Do lado tinha uma quadra de voleibol e aqui (aponta em direção a uma demarcação) havia a fossa que, graças a Deus, foi encontrada”.

Assim, acredita que as sepulturas dos guerrilheiros estão localizadas no quadrante, onde ele, o Pereira e o Jonas indicaram. Raul, emocionado contou que se sentia aliviado, pois de todas as excursões esta tem maiores chances de se localizar restos mortais de guerrilheiros. Entre as histórias de execuções de guerrilheiros o ex-soldado Pereira de Melo, que tirou serviço na base durante dois meses, uma chamou muita a atenção e ainda hoje lhe causa indignação que é a execução da guerrilheira conhecida por Lia. Esta mulher foi capturada no dia 7 de setembro de 1974, mesmo dia em que ele chegou na base e no dia seguinte foi morta. As buscas continuam hoje, uma vez que restam quatro pontos a serem escavados na antiga base militar e está previsto para esta terça-feira, escavações na base de selva Cabo Rosa em Marabá. (Diário do Pará)

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2 Comentários

  1. suo filho de xambioá,é com muita indignação e revolta que estou,por saber que brasileiros assacinarão os proprios irmãos,com tamanha covadia e barbarie,esses comandates que davam ordem pra que seus comandados execultasse torturasse, jovem completamente despreparado sem nenhuma instruções de como manuseiasse uma arma,até mesmo sem arma perdido na mata sem saber para onde ir, desorientado sendo encurralado e fuzilado em pleno a luz do dia,se hoje o brasil chegar a participar de um guerra é poucos que iriam.

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