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terça-feira, 16 / abril / 2024

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Obra de construtora no Pará é investigada

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Três dos seis hospitais construídos pelo consórcio liderado pela Camargo Corrêa no Pará ainda não estão funcionando. As obras são alvo de uma investigação do Ministério Público Federal em São Paulo.

O governo de Ana Júlia Carepa (PT) espera ainda neste ano colocar em funcionamento os das cidades de Breves, na Ilha do Marajó, e de Tailândia, no nordeste do Estado (este não chegou a ser citado na denúncia da Procuradoria, mas também foi feito pela construtora).

As instalações dos dois hospitais estão 95% prontas, mas faltam médicos e equipamentos para que possam funcionar.

Há um terceiro hospital, que deveria cuidar de crianças com câncer em Belém, que mal saiu do papel. Pensado para ser uma espécie de anexo do Hospital Ophir Loyola, principal centro oncológico da capital paraense, dele só foi feita a fundação.

Mesmo um dos que foram terminados, o de Santarém, na região do Baixo Amazonas, não funciona como deveria, segundo o Sindicato dos Médicos do Pará: “Há seríssimos problemas”, disse Wilson Machado, um dos diretores do sindicato.

Ele afirmou que o hospital deveria oferecer serviços como hemodinâmica e cirurgia infantil, mas não o faz. Criado para ser um centro de ponta, ele acaba tendo de tratar de casos mais simples também, devido à falta de atendimento básico nos municípios da área: “A concepção foi desvirtuada”.

Os hospitais entraram no foco da Operação Castelo de Areia, que investiga supostos crimes financeiros da Camargo Corrêa, depois que, segundo o Ministério Público, foram descobertos documentos comprovando o pagamento de propina ao PT e ao PMDB do Pará -aliados no governo do Estado.

A Procuradoria da República argumenta que, por meio de uma conta bancária na China, em nome de Tiger Information, foram depositados para o PT R$ 261.285,52 em abril de 2008. Já os peemedebistas, diz a denúncia, receberam R$ 130 mil em uma conta brasileira.

Também foram encontrados registros da empresa com as anotações “PT 5%” e “PMDB 3%”. Além disso, havia menção a “Carlos Botelho”, mesmo nome do consultor do governo do Pará, e a “JB, eleição e partido”.

Todos os citados negam envolvimento em qualquer ilegalidade. Os petistas afirmam que as obras foram licitadas em 2005, quando o Pará era comandado por Simão Jatene (PSDB), e que portanto não haveria sentido na propina .

Mas empreiteiros ouvidos pela Folha disseram que, se a hipótese de propina for verdadeira, é possível que ela tenha sido negociada para que os pagamentos fossem liberados.

O Estado disse já ter pago R$ 247 milhões das obras, cujo custo total foi dividido entre empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que entrou com R$ 215,3 milhões, e contrapartidas estaduais -de R$ 79,6 milhões.

Os hospitais faziam parte de um plano do governador Simão Jatene (PSDB) para descentralizar o atendimento de alta e média complexidade no Pará.

Governo estadual nega qualquer irregularidade

O governo do Pará negou, em nota, qualquer irregularidade nas obras dos hospitais e afirmou que o contrato que mantém com a construtora Camargo Corrêa é administrado com “rigor”, havendo uma “relação transparente”.

De acordo com a nota, o rigor na administração ocorre “apesar de momentos de tensão naturais em contratos dessa natureza, em função de projetos que demandaram melhorias e adequações para pleno funcionamento futuro”.

Segundo o texto, é “absolutamente descabida qualquer vinculação do atual governo do Pará com as investigações em curso” sobre a Camargo Corrêa.

Questionada pela Folha sobre a inatividade de hospitais construídos pela empreiteira no Pará, a Secretaria Estadual da Saúde não se pronunciou.

A Camargo Corrêa afirmou, por meio de sua assessoria, que “o consórcio somente recebeu por aquilo que efetivamente executou” no Pará.

Em relação às suspeitas levantadas pelo Ministério Público Federal em São Paulo, Carlos Botelho, consultor-geral do Pará, já negou anteriormente a existência de propina. Botelho também afirmou que não entendia o porquê de seu nome ser citado, visto que a licitação para as obras ocorreu ainda no governo de Simão Jatene (PSDB).

O secretário-geral do PMDB paraense, Wilson Ribeiro, também já havia negado qualquer irregularidade. Ele afirmou que o recebimento de todo o dinheiro ocorre “com clareza, na conta bancária do partido”.

Em 2008, disse Ribeiro, a empreiteira doou ao partido R$ 300 mil. De acordo com ele, a doação foi legal, oficializada pela Justiça Eleitoral.

A empreiteira reafirmou ontem sua posição sobre as suspeitas de propina. Afirmou que só vai se pronunciar quando quando o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidir em definitivo sobre a Operação Castelo de Areia. (João Carlos Magalhães – Folha Online)

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