Mais uma vez, o torcedor bicolor atendeu o chamado do time e vai comparecer ao estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para apoiar o Paysandu na noite de quinta-feira (3), pela partida de volta da Copa do Brasil, de forma significativa. Se confirmar as previsões, será uma resposta a imprensa curitibana, que menosprezou a torcida bicolor, considerada pequena e inferior ao do Coritiba (PR), com uma analogia inapropriada: a quantidade de torcedores foi medida pelo fato de o clube estar na terceira divisão.
Com apenas dois dias de venda antecipadas, o torcedor do Papão liquidou os primeiro 20 mil ingressos (17780 à venda e 2220 gratuidades e credenciais) que estavam nas bilheterias. “Vamos liberar outra carga de 20 mil ingressos para que o torcedor bicolor compareça”, disse Luiz Omar Pinheiro, presidente do Paysandu.
O receio do presidente bicolor é de que a Polícia Militar barre a venda da carga suplementar de ingressos. “O problema é que a PM falou que terá um contingente policial que dará segurança para apenas 20 mil torcedores”, contou Luiz Omar.
De acordo com o tenente-coronel da Polícia Militar, Hilton Benigno, o Paysandu precisa enviar um ofício solicitando o aumento do contingente para um público de 40 mil. “Eu gostaria de deixar claro que não foi a Polícia Militar que estipulou a quantidade de 20 mil ingressos para o jogo, mas sim o próprio presidente Luiz Omar que esperava um público de 13 mil pagantes. Questionamos o posicionamento”, explica Benigno. “Como está muito perto do jogo, espero um ofício do Paysandu para me pronunciar oficialmente”, completou.
Paysandu tenta repatriar dois
O técnico do Paysandu, Lecheva, segue trabalhando para encarar o jogo de volta da Copa do Brasil contra o Coritiba (PR). No entanto, há indefinição sobre qual será a melhor formação da equipe que tem a difícil missão de vencer por três gols de diferença para chegar à fase seguinte da competição – caso sofra algum gol, o Papão tem que vencer por quatro gols de vantagem.
No entanto, os bastidores do clube não poupam nenhum momento. A diretoria do Papão segue querendo reforçar o elenco para a Série C do Campeonato Brasileiro. E três nomes surgiram com bastante força nos últimos dias, os meias André Mensalão e Lineker, ambos ex-Tuna Luso; e o atacante Moisés, xodó bicolor no ano de 2010.
Dos nomes ventilados, o caso do André Mensalão é o mais complicado. A diretoria bicolor já fez uma proposta oficial a Tuna Luso e ao Guarany de Sobral (CE) para a liberação do atleta. Segundo fontes, porém, o clube cearense está dificultando a saída do atleta, já que ele vem sendo o grande destaque do time nordestino. Mensalão estaria entrando na justiça para tentar se desligar da Tuna, porque o clube cruzmaltino estaria devendo ao jogador salários atrasados e recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
Já os jogadores Moisés e Lineker estão com todos os valores acertados com a diretoria e estariam esperando a chegada do presidente Luiz Omar Pinheiro, em Belém, para concluir a negociação. “As conversas estão bem avançadas, estou esperando o presidente chegar à Belém”, revela Lineker, que preferiu transferir-se para o Santa Cruz de Cuiarana, de Salinópolis, do que acertar com o Paysandu, anteriormente. “Eu pensei melhor. Lá eu receberia muito bem, mas ficaria escondido e só treinando. No Paysandu, tenho chance de crescer e voltar a jogar”, declara o meia, arrependido.
Segundo fontes, a atual gestão bicolor não quer anunciar novos contratados antes da dispensa em massa que ocorrerá no clube. Como as maiorias dos contratos se encerram no mês de maio, os nomes dos atletas que serão dispensados poderão ser revelados a qualquer momento.
Harrison se arrepiou ao ver a fila nas bilheterias da Curuzu
Para o meio campista Harrison, que defendeu o torcedor do Paysandu em Curitiba, quando um repórter questionou a verdadeira força do torcedor paraense, já que o time alviceleste não era uma equipe de série A, a venda de todos os ingressos em praticamente dois dias é a melhor resposta dada para qualquer critico desinformado.
“É isso que a gente espera da torcida, mostrar o que ela é normalmente. Uma torcida apaixonada pelo time, com todas as dificuldades que vamos ter nesse jogo, mas ela não desiste”, disse Harrison, que mostrou o braço todo arrepiado ao lembrar da enorme fila que se formou no início da manhã nas bilheterias da Curuzu. “Estou até arrepiado, que hoje (ontem) a gente saiu lá da Curuzu para ir ao treino e 8h estava uma fila imensa. Isso é emocionante”.
Com a certeza do apoio do torcedor no jogo de amanhã, Harrison afirma que a doação dos jogadores terá que ser dobrada para corresponder as expectativas do público que estará presente no Mangueirão. “Então a gente, dentro de campo, vai ter de que dar o máximo, não tem como. E estou torcendo para que chegue a hora do jogo logo, não aguento mais esperar. Estou louco que o juiz apite o início do jogo para que gente vá em busca desse resultado junto com essa torcida maravilhosa”. (Diário do Pará)
