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quinta-feira, 25 / abril / 2024

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PARÁ: Ana Júlia reúne com presidente da Eletrobrás

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“Com os projetos de implantação de novas usinas, em breve nos transformaremos no maior gerador de energia nacional. Isso tudo com a preocupação socioambiental”, anunciou a governadora Ana Júlia Carepa, durante a abertura da Reunião do Conselho Consultivo da Eletrobrás, na sede da Eletronorte no município de Tucuruí, na terça-feira, 9. Só para a construção de Belo Monte, será reservado R$ 1,5 bilhão para as ações de compensação socioambientais para amortizar os impactos gerados pela implantação de hidrelétricas.

“Além dos impactos socioambientais que foram mensurados em R$ 1,5 bilhão, que já estão incluídos na licitação de Belo Monte, o governo do estado elaborou o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, que também contempla políticas e ações de mitigação dos impactos gerados na ordem de R$2,29 bilhões a serem investidos para as áreas e população afetadas com as obras”, completou a governadora.

Participaram da reunião as maiores autoridades e figuras históricas do setor elétrico brasileiro, entre eles João Camilo Penna, José Marcondes de Brito, José Gelásio da Rocha e Antonio Dias Leite, um dos fundadores da Eletronorte. Da comitiva do governo do estado, participaram os secretários Maurílio Monteiro, de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), e André Farias, da Integração Regional (Seir).

Mesmo com uma agenda extensa, que incluía reunião com o Ministro de Justiça Tarso Genro, em Brasília, a governadora Ana Júlia Carepa ressaltou a importância de participar da reunião em Tucuruí, dada a importância das discussões que acontecem entre os membros do Conselho Consultivo da Eletrobrás, que não se restringem a debater sobre a hidrelétrica de Tucuruí e sua ampliação, mas também sobre as eclusas de Tucuruí. “Como governadora do estado, vim receber esses homens que dedicaram suas vidas ao setor elétrico brasileiro com sua criatividade, inteligência, colocando-se à serviço do Brasil e da nossa região”. E ainda disse: “Sabemos da importância desse Conselho, em especial por não se ater apenas às hidrelétricas como geradoras de energia. É preciso prever, para as próximas hidrelétricas, como Belo Monte, hidrelétrica de Marabá e Complexo Tapajós, que os empreendimentos podem ser construídos, mas a navegabilidade dos rios não pode ser mais interrompida”.

Reconhecendo a importância da Eletrobrás e de suas subsidiárias, a governadora ressaltou que a mudança do modelo da base produtiva de desenvolvimento do estado pressupõe o desenvolvimento em ciência e tecnologia. “Não é fácil fazer essa opção em um estado onde há carências em outras áreas, como água potável, energia elétrica e saúde, porque há quem não compreenda, de forma imediata, os benefícios que os investimentos em ciência e tecnologia podem trazer para um estado inteiro”, disse Ana Júlia, e complementou que os retornos sobre os investimentos em C & T começam a ser percebidos, a exemplo das ações do programa NavegaPará, que já tem quase 90 infocentros instalados em vários municípios do estado, além dos pontos de acesso livre a internet (Cidades Digitais). “Os infocentros levam internet gratuita, cursos de informática, informação e oportunidades para milhares de pessoas, nos lugares mais distantes como em uma aldeia indígena de Itaituba, colônia de pescadores, sindicatos rurais”.

Ana Júlia acredita que a implantação de grandes projetos é importante para movimentar a economia do estado, gerando emprego e renda, capacitando mão-de-obra local, entre outros benefícios. Mas a governadora também defende que a energia elétrica tem que servir de coadjuvante no desenvolver o estado de onde ela – a energia – está sendo gerada. “Tivemos a confirmação do presidente da Aneel, que pelo menos 20% da energia produzida em Belo Monte será destinada aos autoprodutores locais, ou seja, servirá para transformar nossos recursos naturais, como o minério, em emprego e desenvolvimento”, garantiu a governadora.

O município de Juruti, característico pela exploração da bauxita, importa o minério em forma bruta para o Maranhão, onde ele é transformado em alumínio. Com a reserva de energia para os autoprodutores, o beneficiamento do minério seria feito no próprio Pará, gerando mais empregos, renda e ainda agregando valor ao produto mineral.

Cooperação

Durante a abertura dos trabalhos, a governadora apresentou alguns dos projetos de governo relacionados ao setor energético, e ainda apresentou ao presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, uma proposta de cooperação entre o governo do Pará e a empresa Eletrobrás, onde consta, entre outras ações, a iniciativa da criação do Parque Tecnológico Tucuruí, que serviria de pólo de desenvolvimento em várias áreas tecnológicas e de pesquisa, com ênfase na geração de energia hidrelétrica. O PCT Tucuruí está orçado em R$ 30 milhões.

No Pará, já estão em fase de implantação três parques tecnológicos como este proposto para a Eletrobrás, que juntos, perfazem investimentos na ordem de R$ 110 milhões. Em Belém, o PCT Guamá tem foco nos estudos de Biotecnologia, Energia, Tecnologia da Informação e Telecomunicações, e Tecnologia Mineral. Em Marabá, o PCT Tocantins está focado em Tecnologia Mineral e Novos Materiais, Pesquisa Agropecuária e Silvicultura. E em Santarém, o PCT Tapajós apoia prioritariamente as áreas de Geologia Mineral, Agricultura Tropical Produtos da Floresta, e Aquicultura e Pesca.

Sendo o Pará o estado detentor do maior potencial hidráulico para geração de energia elétrica do Brasil e, em contrapartida, a escassa mão-de-obra local especializada, foi apresentada a proposta de criação de um novo curso de graduação de engenharia, cujo foco principal seja a hidroeletricidade, com possibilidade de funcionamento do curso nos Campi da Universidade Federal do Pará em Marabá ou Santarém.

UHE Tucuruí – A Usina Hidrelétrica Tucuruí é a principal planta de geração de energia elétrica da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A) e ostenta o título de ser a maior usina hidrelétrica em potência 100% brasileira, já que Itaipu (Paraná) é binacional. Atuante há 25 anos no mercado de operação comercial, a UHE Tucuruí tem uma potência instalada de 8.370 MW, o que corresponde a 90% do total de geração da empresa, promovendo desenvolvimento tecnológico e melhoria da qualidade de vida de 36 milhões de habitantes. A planta é responsável por 10% do mercado de energia elétrica do Brasil e é composta por aproximados 350 colaboradores.

Saúde

A governadora também foi recebida pela diretora do Hospital Regional de Tucuruí, Jandira Costa, que agradeceu o apoio dado pelo governo do estado no que tange à ampliação de atendimento e de especialidades do hospital. Segundo Jandira, até 2007, o HR atendia apenas à especialidade médica em ortopedia, além dos atendimentos ambulatoriais e emergenciais. Hoje o hospital conta, além da ortopedia, com cinco especialidades médicas – neurologia, clínica médica, pediatria, ginecologia e obstetrícia de alto risco e clínica psicossocial -, unidade de terapia intensiva (UTI) adulto, unidade de cuidados intermediários (UCI) neonatal e atendimento de urgência e emergência e centro cirúrgico de média e alta complexidade.

Apesar dos avanços trazidos pelo Governo Popular para a saúde pública de todo o Pará, Jandira reconhece que a saúde pública de alguns municípios é deficiente e, em alguns casos, inexistente. “Para atender a população de Tucuruí, por exemplo, seria necessário ter trinta PSFs [Programa de Saúde da Família]. E o que o município atualmente não chega a cobrir nem 40% da demanda”, aponta a diretora do Hospital Regional de Tucuruí, que chega a absorver a demanda de atendimento de vários municípios vizinhos – Breu Branco, Novo Repartimento, Goianésia do Pará, Jacundá, Tailândia e parte de Pacajá – e de outros não tão próximos, como os da região do Baixo Tocantins (Baião, Mocajuba e Cametá).

Ana Júlia compreende que possa haver dificuldades de algumas em absorver toda demanda de saúde em seus municípios, porém, esclarece que os hospitais regionais não têm o papel de substituir as prefeituras, que são as responsáveis pelo atendimento básico. O encaminhamento equivocado de pacientes da saúde básica para hospitais regionais provoca inchaço nestes hospitais, que não deveriam ser os responsáveis por determinados tipos de atendimento, como por exemplo, consultas ginecológicas.

A governadora informa que o estado não pode ser apontado como negligente por não ter realizado uma consulta pediátrica, por exemplo. Pois, há uma divisão clara de responsabilidades entre o Estado e os municípios, tanto para saúde, como para educação, infraestrutura, entre outras áreas. “Quando a situação de um encaminhamento equivocado acontece, isso acaba tirando do paciente grave a chance de receber atendimento adequado”, frisou a governadora.

Por isso, o Governo Popular criou, pela primeira vez na história do Pará, um programa de apoio aos municípios para atenção básica, onde o Estado repassa, mensalmente, recursos fundo a fundo aos municípios, independente se estes estão ou não adimplentes, para que os municípios possam garantir os atendimentos de atenção básica.

O HR de Tucuruí tem 190 leitos, sendo 7 de UTI adulto, 10 UTI neonatal, 12 UCI neonatal e 8 da ala psiquiátrica e conta com um corpo clínico de 60 médicos e 42 enfermeiros, de um total de 460 funcionários, entre fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, serviço social, equipe de atendimento e de serviços gerais. São realizados, em média, 200 atendimentos ao dia, e 6.000 ao mês.

Plantio

Durante a visita à Tucuruí, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes convidou a governadora para fazer o plantio de uma muda de Ucuúba nas áreas da Casa de Hóspedes, na Vila Permanente. Madeira típica para utilização na carpintaria, fabricação de palitos de fósforo, laminados, celulose e papel. Do óleo podem ser produzidas velas, sabões, cosméticos e perfumes. E ainda há relatos do uso do sebo e seiva da ucuúba para medicina caseira nos tratamentos de reumatismo, artrite, cólicas e aftas. A árvore é utilizada na recomposição de áreas degradadas e de preservação dado a produção abundante de frutos, que servem de alimento para aves e outros animais silvestres. (Renata Biondi)

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