O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará Domingos Juvenil (PMDB) resolveu quebrar o silêncio e respondeu às mais de 50 perguntas feitas, nesta segunda-feira, 6, por promotores que o ouviram sobre as fraudes ocorridas na Casa, sobretudo nos quatro anos em que ele comandou a Alepa. O peemedebista negou qualquer envolvimento nas falcatruas. Nem por isso o Ministério Público está inclinado a modificar algumas convicções a que já chegou.
O promotor Arnaldo Azevedo disse, logo após o depoimento, que o MP vai agora fazer uma análise de todos os dados que colheu nos depoimentos e dos milhares de documentos apreendidos para saber qual a real participação de Juvenil. ‘Ele era o gestor da Casa. Notem que responsabilidade vai haver, claro que vai. Porque ele é que determinava o pagamento. Isso não quer dizer que essa responsabilização venha incidir no campo criminal. Pode se tratar de uma improbidade administrativa, que para o homem público, penso eu, é muito mais danoso do que qualquer outro tipo de processo criminal que ele venha a sofrer. Ele não está isento de responsabilização. O que eu preciso definir é qual o tipo penal que ele vai se enquadrar. Caso não seja identificado nenhum tipo penal, ele pode ser denunciado pela via administrativa porque era o gestor da casa’, declarou o promotor.
Truculência
Do lado de fora do MP, o medo de Juvenil em encarar a imprensa falou mais alto. E os seguranças que ele contratou deram um show de truculência. O peemedebista saiu do prédio do MP em um fiesta preto, protegido por uma película escura, impossibilitando os fotógrafos e cinegrafistas de fazerem qualquer imagem do ex-deputado. Memo assim, o grupo de seguranças saiu correndo atrás do veículo, impedindo aproximação dos jornalistas. Um deles chegou a por a mão na câmera da TV Liberal, na tentativa de segurar o equipamento. E ainda deu um tapa no rosto do auxiliar de câmera da emissora. (O Liberal)