Uma pesquisa desenvolvida no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh/MEC) tem o objetivo de identificar o impacto do vírus SARS-Cov-2 sobre o DNA de pacientes com casos graves de Covid-19 e verificar se eles têm um risco maior de desenvolver câncer por causa dessa infecção. Os estudos estão na fase de coleta de material e a expectativa é de que, até o final do ano, os dados e a análise sejam apresentados.
O estudo, chamado de “Análise de Instabilidade Genômica em Pacientes com Covid”, é conduzido pelo biólogo do hospital da Rede Ebserh/MEC e professor orientador do Programa de Pós-Graduação em Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Sharbel Maluf, e faz parte de um projeto maior desenvolvido por pesquisadores da instituição de ensino chamado “Busca de marcadores genéticos e epigenéticos em pacientes com Covid”.
Maluf explicou que não há motivo para alarme, pois as mutações no DNA são frequentes em qualquer pessoa, mas há alguns fatores que podem aumentar essas mutações, como o tabagismo, por exemplo. “Se você pegar um grupo de fumantes e comparar com um grupo de não fumantes, o primeiro vai ter um impacto maior no DNA, aumentando o risco de câncer. O mesmo pode acontecer com o uso de agrotóxicos em trabalhadores do campo”, detalhou o pesquisador.
Na prática, o professor e os alunos que fazem parte do estudo avaliam se o genoma dos pacientes pesquisados tem maior chance de estar instável. “Já se sabe que o coronavírus tem essa característica de alterar o DNA, o que acontece, por exemplo, no caso do HIV. O que nossa pesquisa pretende é justamente ver qual é a quantidade de alterações no DNA dos pacientes com Covid”, resumiu o pesquisador.
