Metade dos colaboradores demitidos do Frigorífico Asa Norte Alimentos eram oriundos de cinco cidades: Aguiarnópolis, Santa Terezinha do Tocantins, Palmeiras, Nazaré e Tocantinópolis. Na unidade também havia trabalhadores de Estreito, município do sul do Maranhão. Segundo o diretor-superintendente da empresa, Heber Silva, Tocantinópolis, foi a cidade que mais sofreu economicamente, perdendo mais de 150 empregos diretos.
Para o prefeito de Tocantinópolis, Fabion Gomes (PR), o reflexo da suspensão do abate de aves foi além do aspecto financeiro e invadiu o campo social. “Uma faixa de R$ 100 mil foi retirados de nossa economia só este mês. A coisa vai ficar ruim e eu acho que o governo do Estado e o Banco da Amazônia precisam tomar uma providência urgente para evitar essa paralisação” alerta. “Nós precisamos desses empregos. Esse abatedouro funcionando é importante não só para Tocantinópolis, mas para todo o Bico do Papagaio”, completa.
“Vamos ficar apertados aqui e a Prefeitura não tem condições de absorver tantos funcionários”, adiantou Gomes, acrescentando que alguns prefeitos do Bico do Papagaio estão tentando marcar uma reunião com o governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB) e a superintendente regional do Banco da Amazônia, Marisa Maracaípe, na próxima semana, para mostrar a situação que os municípios estão enfrentando.
Tristeza
Para quem é ou foi funcionário do frigorífico de Aguiarnópolis, o momento é de tristeza. Auxiliar de controle de qualidade, Erinaldo Mota, 33, conta que sua mulher foi demitida do setor de carimbos ainda em dezembro e ele cumpre aviso prévio. “Dependíamos da empresa para sobreviver. Vamos tentar encontrar outro serviço, mas não será fácil. Esperamos que a empresa volte a funcionar em breve”, desabafou, emocionado.
O mesmo drama vive a líder de linha de produção do setor de inspeção Lívia Cristina Pereira, 26. Na última segunda-feira ela retornou das férias e assinouna quarta o seu aviso prévio. Com mais de um ano na empresa, diz que tudo o que sabe deve à Asa Norte Alimentos. “Emprego com carteira assinada é muito difícil e como sou vendedora, irei continuar fazendo bicos. As contas e as despesas em casa vão apertar, porque a renda não será a mesma”, disse, preocupando-se com os dois filhos que sustenta sozinha. (Webweson Dias – JT)