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sábado, 20 / abril / 2024

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TOCANTINÓPOLIS: Índios morrem por falta de assistência

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Índios que vivem no Estado têm questionado a assistência à saúde. As reclamações e relatos de problemas enfrentados pelos índios quando precisam de atendimento médico chegam ao Conselho Missionário Indígena (Cimi). Segundo o Cimi, somente nos três primeiros meses deste ano, cinco crianças e dois adultos morreram por falta de assistência médica na tribo Apinajé, localizada em Tocantinópolis. “Essas pessoas faleceram por febre alta, que agravou para uma pneumonia, outras por vômito e diarréia. Essas doenças são curáveis. O que falta é atendimento nas aldeias”, explicou a coordenadora do Cimi, Sara Sanchez. De acordo com a coordenadora, não há medicamentos, faltam veículos para transportar os índios doentes para o hospital da cidade mais próxima, que é Araguaína. “Uma pessoa faleceu porque não tinha carro. O socorro demorou tanto para chegar que ela morreu no caminho”, contou Sara.

Segundo Sara, em 2006 houve um surto que causou a morte de 16 crianças. “Depois disso, a Funasa fez um acompanhamento da saúde dos índios, mas eles acharam que estava tudo resolvido”, opinou.

Para a missionária do Cimi Jucilene Gomes Correia, é uma situação desumana o que acontece com os índios. Segundo Jucilene, além de ter o problema de sair da aldeia para buscar atendimento médico, ainda tem o problema da maioria das mulheres índias falarem somente a língua da tribo, dificultando a comunicação no hospital.

Tribos

Mas não são só os Apinajés que sofrem por falta de estrutura. Na tribo Xerente também foi registrada a morte de uma criança esse ano. Outros problemas, como a precariedade das estradas, também têm afetado os Krahôs, que estão Itacajá. “Uma ponte caiu há muito tempo. Eles estão isolados. Como alguém vai poder ser socorrido?”, questionou Sara.

Os índios, que celebram amanhã o seu dia, são de seis etnias, segundo a Fundação Nacional da Saúde (Funasa): Apinajé, Krahô, Xerente, Krahô Kanela, Karajá e Javaé, e estão distribuídos em 134 aldeias, segundo. Os índios estão em diversas cidades do Estado. A tribo Apinajé está em Tocantinopólis; a Krahô, em Itacajá; a Xerente, em Tocantínia; a Karajá, em Santa Fé do Araguaia; a Javaé e a Krahô-Kanela, em Formoso do Araguaia. Há também uma outra etnia no estado, os Pankaruru, que têm alguns índios morando aqui, mas não têm aldeia por serem nativos do Estado de Goiás e do Nordeste do País.

Índios

Segundo Adriano Karajá, 23 anos, os índios não têm tido atendimento por parte dos órgãos competentes, como a Funasa e o governo, pois tanto os que moram nas aldeias quanto os que moram na cidade sofrem por essa falta de apoio. “Vemos hoje em dia o abandono por parte da Funasa nas aldeias. Recentemente, índios morreram nas aldeias Apinajé. Mortes por doenças menos sérias, como diarréia. Hoje, ninguém morre por causa disso, mas na aldeia, sim”, afirmou.

Ainda segundo Adriano, há algumas aldeias onde as lideranças são mais fortes e o atendimento é melhor. “Isso justifica a desigualdade criada entre o próprio povo, pois os órgãos os atendem de forma diferenciada dos outros. A gente vai reclamar com a Funasa ou com o governo, mas sempre um joga pro outro, fica num ping-pong e nada é resolvido”.

Segundo Adriano, há também relatos de remédios que são levados para as aldeias em Tocantinópolis com validade vencida. “Até parece que não tem ninguém para ser tratado. Essa é a impressão que os outros tem”, afirmou. Cristina Karajá, 24 anos, contou que já passou pela situação de precisar de atendimento médico e não ter. “Certa vez minha filha, na época com 2 anos, teve febre e na aldeia só tinha uma técnica em enfermagem para atendê-la. Não tinha remédios, nada. Nem um carro queriam disponibilizar para que eu levasse minha filha no hospital mais próximo”, relatou Cristina, acrescentando que quando finalmente conseguiu chegar ao hospital, a médica disse que se ela tivesse esperado mais duas horas a filha poderia ter morrido por febre alta. “E nada mudou desde então, isso já faz 2 anos”, afirmou Cristina.

Para Maria Aparecida Souza Ribeiro, 19 anos, da aldeia São José, em Tocantinópolis, há muito descaso com os índios. “Não há atendimento de médicos nas aldeias, é muito raro encontrar algum por lá”, afirmou. Maria está no Hospital Municipal de Araguaína com sua filha Roberta de 7 meses. De acordo com Maria, ela foi encaminhada para Araguaína depois de ter saído da aldeia e ido para o Hospital de Tocantinópolis. “Sempre que precisamos de atendimento temos que ir a cidade”, contou Maria Aparecida.Outra mãe indígena também encontra-se em Araguaína, com o filho de 2 meses, Kaio. Segundo Lúcia Dias Larão, também da etnia Apinajé, seu filho está internado por diarréia. “Na aldeia não tratam isso”, disse Lúcia.

Funasa

Segundo a Funasa, os polos bases nas aldeias são estruturados como uma unidade administrativa e contam com uma equipe composta por médicos, enfermeiros, dentistas e auxiliares em enfermagem. E as demandas que superam a capacidade do nível dos polos bases são encaminhados para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Outra forma de dar assistência encontrada pela Funasa são as Casas de Apoio à Saúde do Índio (Casai), localizados nos municípios e na Capital. Essas casas executam ações médicas e assistenciais, além de serem locais de apoio e recepção aos índios, auxiliando nos serviços de tratamento hospitalar, suporte de exames e tradução da língua. (Lara Francielly/Colaborou Isabelle Bento – Jornal do Tocantins)

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