Nesta sexta-feira, 23 de agosto, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Máximus, com o objetivo de investigar um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Tocantins e a possível lavagem de dinheiro proveniente de propinas. A ação resultou na prisão preventiva de dois investigados e tem como alvos principais a presidente da Corte estadual, Etelvina Maria Sampaio Felipe, e a vice-presidente, Ângela Maria Ribeiro Prudente. Também estão sob investigação os desembargadores Angela Issa Haonat e João Rigo Guimarães, este último presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins.
O desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, teve o afastamento do cargo determinado pelo ministro João Otávio de Noronha. O afastamento é uma medida cautelar diversa da prisão, estabelecida pelo ministro. Helvécio também está proibido de acessar ou frequentar o TJ e suas repartições, inclusive por meio virtual. Ele também não poderá entrar em contato com outros investigados. A defesa dele disse que não vai se manifestar.
Os mandados de prisão foram cumpridos contra Thales André Pereira Maia, filho de Helvécio de Brito, e o advogado Thiago Sulino de Castro, que teria ligações com o gabinete de uma desembargadora.
Além dos desembargadores, a operação mira os juízes José Maria Lima, Marcelo Eliseu Rostirolla, Océio Nobre da Silva e Roniclay Alves de Moraes, que atuava como auxiliar da Corregedoria do Tribunal até o ano passado.
A ação foi autorizada pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, além de ordenar a operação, determinou o afastamento dos magistrados de seus respectivos cargos. Ao todo, os agentes da PF cumpriram dois mandados de prisão preventiva e realizaram buscas em 60 endereços localizados nos estados de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.
As investigações se concentram em crimes como corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O nome da operação, “Máximus”, faz referência ao personagem do filme “Gladiador”, conhecido por sua luta contra a corrupção no alto escalão do poder romano.
Essa é a segunda operação autorizada pelo ministro Noronha em menos de duas semanas para apurar supostos esquemas de venda de sentenças em tribunais estaduais. No último dia 14, a Operação 18 Minutos foi deflagrada para investigar corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão.
Veja a lista dos investigados pela PF:
- 1. Adwardys de Barros Vinhal
- 2. Alexandre Guimarães Bezerra
- 3. Almiro de Faria Junior
- 4. Angela Issa Haonat
- 5. Angela Maria Ribeiro Prudente
- 6. Antenor Aguiar Almeida
- 7. Bruno Aquino Monteiro
- 8. Daniel Almeida Vaz
- 9. Eder Ferreira da Silva
- 10. Eduardo de Oliveira Bucar
- 11. Eleusa Maria Gutemberg
- 12. Eliane Melhen Marques
- 13. Etelvina Maria Sampaio Felipe
- 14. Fabio Bezerra de Melo Pereira
- 15. Gerson Silvano de Paiva Filho
- 16. Gustavo Furtado Silbernagel
- 17. Hanoara Martins de Souza Vaz
- 18. Haynner Asevedo da Silva
- 19. João Rigo Guimarães
- 20. Jocione da Silva Moura
- 21. José Alexandre Silva
- 22. José Eduardo Sampaio
- 23. José Hermicesar Brilhante Palmeira
- 24. José Humberto Pereira Muniz Filho
- 25. José de Moura Filho
- 26. Jose Maria Lima
- 27. Juliana Bezerra de Melo Pereira Santana
- 28. Kledson de Moura Lima
- 29. Leandro Freire de Souza
- 30. Lucas Antonio Martins de Freitas Lopes
- 31. Luciano Machado Paço
- 32. Marcelo Eliseu Rostirolla
- 33. Marcos Martins Camilo
- 34. Marília Rafaela Fregonesi Rodrigues
- 35. Nelson Carlos Villela Marques
- 36. Nelson Castro Alves Trad
- 37. Ocelio Nobre da Silva
- 38. Onix Farma Produtos Hospitalares LTDA
- 39. Paulane Brilhante de Macedo Maia
- 40. Paulo Alexandre Cornélio de Oliveira Brom
- 41. Paulo de Tarso Daher Filho
- 42. Rafael Pereira Parente
- 43. Rafael Sulino de Castro
- 44. Raimundo Nonato Sousa Cavalcante Júnior
- 45. Renato Jayme da Silva
- 46. Robson Moura Figueiredo Lima
- 47. Rodrigo de Meneses dos Santos
- 48. Roniclay Alves de Morais
- 49. Silvio Castro da Silveira
- 50. Thales André Pereira Maia
- 51. TAPM Publicidade LTDA
- 52. Thiago Sulino de Castro
- 53. Wanderlei Barbosa Castro
Defesas
A reportagem busca contato com os investigados. O espaço está aberto para manifestações.