- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
terça-feira, 23 / abril / 2024

- Publicidade -spot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

XAMBIOÁ: Estreia neste domingo no Canal Cinebrasil série Guerra do Araguaia

CULTURA E HISTÓRIA

Mais Lidas

Josias, ex-guerrilheiro, dá o seu depoimento em série

Estreia na noite deste domingo, 12, no Canal Cinebrasil TV, a série de televisão Guerra do Araguaia, de direção e roteiro do jornalista e cineasta tocantinense Hermes Leal. A série reconstrói, cronologicamente, os sete anos de conflito com relatos de militares e guerrilheiros, que saíram do anonimato para relatar torturas e mortes. Em três episódios, com narração de Paulo Betti, a narrativa revela os treinamentos, as campanhas militares, até iniciar os combates, onde os militares e seus guias descrevem com detalhes como mataram, por exemplo, a guerrilheira Sônia, com oitenta tiros.

Leal, natural de Araguaína, descreve que a vontade de realizar o material veio de não ter acesso a muitas informações sobre a história da Guerrilha. “Não conseguia ter acesso aos arquivos, os guerrilheiros estavam sumidos e ficamos tentando e da última vez deu certo. Eu achei os guerrilheiros e tive que falar da história, da guerrilha, porque os militares resolveram falar e nunca tinham falado. Eu expliquei que queria falar dos dois lados e eles toparam”, conta o jornalista que também já fez um longa-metragem e um romance com a Guerrilha de fundo das histórias. “Eu cheguei a fazer um longa chamada Soldados a caminho do puteiro. Era da minha rua, como eu vi a guerrilha. Eu via os soldados passando na minha rua saindo do quartel e indo pro puteiro”, descreve o jornalista.

Guerra do Araguaia reconstitui o massacre de 69 pessoas que faziam parte da Guerrilha do Araguaia, ocorrida entre 1972 e 1974, na floresta amazônica no sul do Pará. Filmada nas locações onde os eventos ocorreram, na região entre Marabá (sul do Pará) e Xambioá (norte do Tocantins), a série relata toda a história desta guerra para que possa ser entendida em seu conjunto e seus desdobramentos. Foram necessários meses de investigação para localizar e convencer guerrilheiros e militares para quebrar seus silêncios e revelar tudo que foi mantido em segredo até hoje.

“Eu montei a guerrilha, criei mapa, coloquei data, criei uma coisa que fica só no histórico. O que ninguém nunca fez eu tive interesse em fazer”, afirma o jornalista que acredita ser de grande importância saber o que aconteceu na época. “É importante para o País entender o porquê existia isso aqui na região querendo gerar uma sociedade que era comunista. (…) É um direito nosso falar a verdade, mesmo que alguém ache que isso pode ferir. A verdade é o meu trabalho e mesmo fazendo documentário, cinema ou literatura eu nunca abro mão do jornalismo”, diz.

Dores

Segundo Leal, mesmo já tendo passado muitos anos da Guerrilha do Araguaia, as feridas e muitas lembranças ainda estão vivas nas pessoas que viveram ou presenciaram momentos de dor. “A gente fez um filme que mexeu com as pessoas que participaram. Todo mundo que falou estava em um momento de tensão como se tivesse até hoje naquela guerra ainda”, relata o cineasta que para ele resgatar uma história de sua terra natal é muito importante. “Antes de tudo é uma história nossa, da gente, do passado que houve aqui, faz parte da história do Tocantins. Resgatar as nossas histórias é muito mais importante para o nosso pertencimento”, diz.

Detalhes escondidos na memória

A série Guerra do Araguaia narra, cronologicamente, os cinco anos de preparação e os dois anos de combates desta sangrenta guerra, com depoimentos de militares (coronéis e soldados); documentos secretos; relatos inéditos de guerrilheiros, que há mais de 40 viviam no anonimato; dos camponeses, que foram torturados e mortos tanto quanto os guerrilheiros; e contextualizada por historiadores e jornalistas especializados no assunto. Mostrando fatos inéditos dos dois lados do conflito, dos militares e dos guerrilheiros, e como dezenas de militantes do PC do B,
vindos do Rio de Janeiro, Sãos Paulo, Ceará e Bahia, enfrentaram um Exército bem armado, que precisou de três grandes campanhas para derrotar, decapitar e exterminar guerrilheiros mal armados, mas adaptados à selva. Até hoje, os militares não informaram o destino dos corpos de 49 pessoas desaparecidas no conflito.

Serviço:
O que: Estreia série Guerra do Araguaia
Quando: Domingo, às 22 horas – Episódio 1; dia 19/11, às 22 horas – Episódio 2; dia 26/11, às 22 horas – Episódio 3
Onde: Canal Cinebrasil TV (Sky)
Informações: facebook.com/guerradoaraguaia

- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
- Publicidade -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Últimas Notícias