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quinta-feira, 28 / março / 2024

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XAMBIOÁ: Sargento xambioaense da FAB traficou cocaína em pelo menos 7 viagens oficiais antes de ser preso

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O sargento da FAB (Força Aérea Brasileira) Manoel Silva Rodrigues traficou cocaína em pelo menos
sete viagens oficiais antes de ser preso na Espanha, em junho de 2019, depois de desembarcar de
um avião de apoio da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É o que apontam dados
da investigação da PF (Polícia Federal).

A documentação do inquérito policial, a cujo conteúdo o UOL teve acesso, revela ainda que o
esquema continuou com a participação de outros militares brasileiros, mesmo depois da prisão de
Manoel Rodrigues.

O sargento foi preso em flagrante, após denúncia anônima, com posse de 39 quilos de cocaína
avaliados em R$ 6,4 milhões, minutos após desembarcar no aeroporto de Sevilha, na Espanha. Era
uma missão oficial do presidente Jair Bolsonaro e comitiva, rumo ao Japão, para reuniões com a
cúpula do G20.

Questionada sobre o que foi feito depois da prisão do sargento em termos de segurança, a FAB
afirmou que “os procedimentos de segurança, os protocolos de embarque e desembarque foram
revisados e aperfeiçoados.”

Em todas as sete viagens oficiais em que a investigação aponta que houve tráfico, o sargento trocou mensagens cifradas com a mulher Wilkelane Nonato Rodrigues que indicam sucesso na empreitada criminosa. Foram quatro voos domésticos (São Paulo e Recife) e três internacionais com escalas na Espanha, onde a droga era entregue.

Em uma dessas viagens, Manoel Rodrigues enviou a foto de um braço levantado com um terço
enrolado no pulso a Wilkelane.

Para o MPM (Ministério Público Militar), a postagem não representava ato de fé e sim um aviso: o
sargento obteve êxito em traficar cocaína em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) durante
missão oficial diplomática ao Azerbaijão, com escala na Espanha, em abril de 2019.

Segundo a PF e o MPM, a primeira viagem nacional suspeita do sargento aconteceu em 18 de março de 2019. Era uma missão de Brasília para São Paulo. Manoel e a mulher enfrentavam grave crise financeira, com contas atrasadas.

A PF apurou que, no retorno a Brasília, a situação do casal começou a melhorar, e Manoel Rodrigues pagou suas dívidas.

O sargento estava lotado no GTE (Grupo de Transporte Especial), que é o setor da Aeronáutica
responsável pelo transporte de autoridades. Ele fazia viagens oficiais rumo ao exterior desde o ano de 2015.

Os voos internacionais também não deixam dúvidas para a PF e MPM de que Manoel realizava tráfico de drogas nos aviões da FAB, de maneira recorrente.

O sargento aproveitou uma missão oficial para o Azerbaijão, entre os dias 30 de abril e 5 de maio de 2019, para traficar cocaína para Espanha. A comitiva era capitaneada pelo deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que presidia a Câmara. O roteiro incluía ainda agenda oficial no Líbano e paradas estratégicas em Cabo Verde, na África, e em Madri, Roma e Lisboa, na Europa.

No hotel de Madri, a tripulação chamou Manoel para sair e passear pela cidade. Ele recusou o
convite alegando que iria encontrar uma prima. Manoel saiu para entregar a droga encomendada
para uma pessoa não identificada.

Investigadores descobriram que, uma semana após retornar do Azerbaijão, Manoel comprou uma
moto Honda NC-750-X por R$ 32.900. O casal também gastou R$ 26 mil na reforma do apartamento de Taguatinga, no Distrito Federal, e na compra de móveis. As autoridades policiais calculam que Manoel recebeu ao menos R$ 100 mil pelo transporte da droga.

Segundo o Ministério Público Militar, Manoel não agia sozinho. Ao menos outros quatro militares da Aeronáutica são investigados por utilizar as aeronaves da FAB para o tráfico de drogas em missões oficiais nacionais e internacionais.

Os compradores eram da Espanha, país que é porta de entrada na Europa para a cocaína que é
produzida na América do Sul e que é exportada por traficantes brasileiros.

O rastreamento das ligações telefônicas feitas e recebidas por Manoel e o levantamento das ERBs
(Estações de Rádio Base) das operadoras de telefonia celular ajudaram os agentes a descobrir como era o esquema de tráfico de drogas da quadrilha de militares da FAB.

A análise das localizações das ERBs apontou que Manoel, sempre às vésperas das viagens oficiais,
se hospedava no motel Park Way, onde locava um quarto no qual a PF acredita que ele recebia a
substância.

Segundo as investigações, o sargento saiu do motel direto para a Base Aérea de Brasília, onde
deixou o carro no estacionamento -a PF acredita que Manoel confiava que não seria fiscalizado. Em
nenhuma das missões oficiais o sargento teve objetos apreendidos.

Na manhã seguinte, dia da viagem para o Azerbaijão, Manoel chegou mais cedo à Base Aérea. De
acordo com a PF, o sargento pegou a mala com a droga no carro e, sem passar pelas inspeções de
revista —como aparelhos de raio-X, pesagem de malas e detector de metal— foi direto para a
aeronave onde guardou a bagagem com a cocaína. (Com informações do UOL)

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