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sábado, 18 / maio / 2024

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Pará defende bioeconomia e floresta como nova commodity global

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Mais uma vez o estado do Pará se consolida como o espaço para discutir o futuro da Amazônia. Na última quarta-feira (08), teve início em Belém, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, a “I Conferência para uma Amazônia que Queremos’ do Painel Científico para a Amazônia (SPA, da sigla em inglês) que contou o com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O evento reforça que a capital paraense está pronta para receber a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30) em 2025, sendo a candidata brasileira para recebê-la.

A Conferência, que se estende até a sexta-feira (10), proporciona escuta e divulgação de propostas dos governos amazônicos, iniciativas da sociedade civil organizada e da comunidade científica internacional para a conservação do bioma amazônico, com sua biodiversidade e desenvolvimento regional sustentável, e busca receber sugestões de temas prioritários e ações que o Painel Científico para a Amazônia deveria considerar na construção de seu Plano Estratégico 2023-2025.

“É muito significativo que a gente esteja reunindo no comitê científico do painel uma série de outros cientistas para dar continuidade ao trabalho do Painel para os próximos anos. Nós estamos muito esperançosos que, de fato, a COP 30 aconteça aqui em Belém em 2025 e nós queremos, antes da COP 30, lançar o próximo relatório do Painel”, afirmou o cientista e co-presidente do SPA, Carlos Nobre.

“Sem dúvida, a Amazônia que queremos, que é o objetivo desde o início do Painel, é de fato uma nova economia. Na COP 26, em Glasgow, a quarta recomendação muito importante do painel foi o desenvolvimento de uma bioeconomia de floresta em pé. Então, é muito significativo que o estado do Pará seja uma das áreas da Amazônia que lidera a construção dessa nova bioeconomia, lançada durante a COP 27 do Egito”, completou, referindo-se ao Plano Estadual de Bioeconomia.

Em sua participação no painel “A Amazônia no Centro do Desenvolvimento Sustentável do Brasil”, moderado pela jornalista do Valor Econômico Daniela Chiaretti, o governador do Estado, Helder Barbalho, destacou que o Pará está à frente na pauta ambiental ao possuir um arcabouço legal construído para a implementação. O Pará é o único estado brasileiro a ter um Plano Estadual de Bioeconomia, e se dedica, neste segundo momento de gestão, a efetivar as medidas elencadas na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) tendo como os dois principais eixos a bioeconomia e o plano de restauração florestal. Somado a isso, o governo trabalha também na construção do seu sistema jurisdicional de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+).

“Nós precisamos fazer com que a floresta viva seja o grande recurso deste conceito econômico. Hoje, nós já temos um mercado voluntário e o Brasil precisa construir um mercado regulado de crédito de carbono para que a floresta seja um ativo econômico, para que a floresta, a partir da captura do carbono seja uma nova commodity global, e essas são as missões que inclusive nós estamos em construção. Estaremos entregando o nosso Plano Estadual de Restauro na próxima COP, em Dubai, e já iniciamos a construção do sistema jurisdicional de Redd+, em parceria com a Noruega, para construir todos os arcabouços e planos que possam nortear o planejamento do Governo do Estado e assim construirmos efetivamente as soluções de uso do solo e as soluções sustentáveis e sociais para o nosso meio ambiente e para a nossa região”, enfatizou o chefe do Executivo Estadual.

Intercâmbio – Brenda Costa Conceição, mestranda do curso de pós-graduação de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA), teve o trabalho feito pela sua equipe exposto durante a conferência. A pesquisa se dedica a estudar plantas medicinais, principalmente com espécies amazônicas. O foco do trabalho é identificar espécies que tenham ação antiinflamatória, analgésica e de ação também no sistema nervoso central, com ação neuroprotetora, agregando o conhecimento amazônico, tradicional, e empírico, que é repassado de pais para filhos, demonstrando a comprovação científica daquelas atividades farmacológicas dessas espécies. 

“É importante trazer os nossos trabalhos aqui para que as pessoas possam ver o que a gente no que  está trabalhando, o que a gente está pesquisando. E a importância que tem em trazer esta comprovação científica para o conhecimento tradicional, que é aquele conhecimento de berço, que a gente já traz. É o que a gente faz com essas espécies amazônicas, o que conseguimos extrair de conhecimento e acrescentar posteriormente para a população e o que a gente vai entregar de pesquisa”, avaliou Brenda.

Programação – A programação contemplou ainda com os painéis: “Principais descobertas e recomendações do trabalho do SPA”, “Painel científico para a Amazônia e a cooperação transfronteiriça” e, ainda, duas mesas redondas com a temática: “Um diálogo com grupos de interesse da Amazônia”. Nos dois dias seguintes, 09 e 10 de março, as sessões técnicas ocorrerão reunindo cientistas brasileiros e estrangeiros e pesquisadores paraenses.

No primeiro dia de programação, o evento contou ainda com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil (MMA), João Paulo Capobianco; a secretária nacional de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Márcia Barbosa; o presidente do Conselho do Instituto Arapyaú, Roberto Waack; os co-presidentes do SPA, Carlos Nobre e Marielos Peña-Claros; o diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Eugênio Pantoja e demais autoridades do Governo Federal, além de reitores e diretores de universidades e instituições de pesquisa que atuam no Pará, no Brasil e no exterior. O evento recebe apoio do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

SPA –  O Painel Científico para a Amazônia, inspirado no Pacto de Letícia, assinado em setembro de 2019, é a primeira iniciativa científica de alto nível dedicada exclusivamente à Pan-Amazônia. O SPA, que possui, atualmente, a adesão de mais de 240 cientistas, é organizado sob os auspícios da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN), uma iniciativa global para as Nações Unidas.

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