O ajudante de pedreiro, Raimundo Oliveira da Silva, de 29 anos, que morava no povoado Bela Vista, em São Miguel do Tocantins, e que foi uma das vítimas do desabamento de um prédio na zona leste de São Paulo, deve ser trazido para o Bico do Papagaio à meia noite desta quarta-feira, 28, conforme informações que a construtora passou à família.
Raimundo estava na capital paulista havia três meses, especificamente para trabalhar no prédio em obras. Raimundo era casado e tinha seis filhos menores. Segundo o irmão da vítima, João Paulo Mota Oliveira, de 23 anos, Raimundo ligou às 7h desta terça-feira, 27, minutos antes de a obra desabar, para os seis filhos. João Paulo diz que o irmão sempre tinha esse costume. “Ele era um ótimo pai. Na terça ligou para todos os filhos e falou que os amava”. O filho mais velho da vítima tem 12 anos e o mais novo 2.
João Paulo diz que estava em casa na manhã do desabamento, quando um amigo que trabalhava na obra e que foi o primeiro a ser socorrido, ligou contando do acidente. “Eu liguei na empresa e eles me confirmaram”. João Paulo também é funcionário da empresa responsável pelas obras, mas estava passando as férias no Tocantins, e por isso, escapou do desabamento. Quando descobriu a morte do irmão, precisou avisar a mulher de Raimundo, Maria do Céu Barbosa, de 32 anos. “Ela chorou muito”, relata.
Raimundo tinha ido para São Paulo para ganhar dinheiro e sustentar a família. O sonho dele era abrir a própria empresa no povoado de Bela Vista. Era o ajudante de pedreiro que mantinha economicamente toda a família, já que a esposa não trabalha. João Paulo disse que toda a família concordou com a ida de Raimundo a São Paulo e que a intenção dele era ficar lá até o final deste ano. A vítima nunca tinha saído do Tocantins para trabalhar em outro estado.
“Minha responsabilidade agora é ajudar todos os filhos dele. Vou trabalhar mais para garantir uma vida melhor para a família do meu irmão”, finaliza João Paulo acrescentando que pretende pedir demissão da empresa. (Com informações do G1)
