TO: Governo abandona estádio Nilton Santos

Infiltrações nas arquibancadas, limbos e matos em vários pontos, parte do gramado queimado, torre de iluminação com inúmeras lâmpadas queimadas, cabines de imprensa sem conservação, vestiários com paredes sujas e com rachaduras, entradas do estádio cobertos de matos e portões quebrados. Esse é o cenário do Estádio Nilton Santos, em Palmas, cidade que pleiteia abrigar um das seleções que irão disputar a Copa do Mundo de 2014 para período de aclimatação.

Inaugurado no dia 12 de outubro de 2000, em Palmas, o estádio é uma homenagem a um dos maiores jogadores brasileiros da história do futebol nacional, o tricampeão mundial e ídolo do Botafogo Nilton Santos, que morou na Capital entre 1999 e 2000.

O engenheiro civil e ex-fiscal do Estádio Nilton Santos Miguel de Negri, que participou de todo o seu processo de construção, aponta quais são os principais problemas que o atinge. Segundo ele, a causa da infiltração é porque a laje de cobertura dos vestiários e o piso da área de recreação receberam manta de impermeabilização e deveriam receber uma proteção mecânica através de massa de regularização e piso definitivo. “Como as obras foram desativadas pelo governo a partir de 2003, a manta e a proteção se deterioraram, o que resultou em infiltrações por todos os setores do nível abaixo. Com isso, determinaram-se os pisos nos vestiários”, explicou ele.

Projetado inicialmente para receber 12 mil torcedores, com a construção de um segundo anel de arquibancada. Ocorre que o projeto original sofreu adequações, prevendo agora 8,5 mil espectadores sentados, mil em pé e 500 na tribuna de honra, totalizando dez mil pessoas. Mas como as obras não saíram do papel, o que se vê hoje, 12 anos depois, é um gigante abandonado e desfigurado.

A última reforma aconteceu em 27 de fevereiro de 2008, em razão do jogo entre Palmas e Atlético Mineiro pela Copa do Brasil. Na ocasião foram feitas manutenção de pintura das arquibancadas, reformas nas cabines de rádio e tv, reparos nos vestiários, além da recuperação no gramado.

Iluminação

Negri destaca ainda a questão de iluminação, revelando que entre 2003 e 2010, as torres de iluminação não sofreram qualquer tipo de manutenção, ressaltando que os equipamentos são de alto custo financeiro, portanto, de pouco interesse público. Em contrapartida, as lâmpadas (2000wts) foram utilizadas em outros centros esportivos (kartódromo/Estádio Bigodão de Colinas) muitas vezes com retorno desastroso e inutilizadas.

Gramado

Ele explica que o gramado apresenta vários “sintomas de estresse”, com manutenção mínima (só irrigação), necessitando de adubação, aeração, inserção de substrato, cortes adequados para uma “sobrevida” maior, uma vez que o prazo de projeto (vida útil) já está extinto. “A melhor forma de melhorar o gramado é renová-lo com outro tipo de grama, exigência da CBF/Fifa”, comentou o engenheiro.

Cabines

Negri faz questão de destacar também as cabines de imprensa, que, segundo ele, foram executadas em caráter provisório até a construção do nível superior das arquibancadas, uma vez que as obras não tiveram continuidade. “As referidas cabines também tiveram a sua vida útil extinta, portanto, apresentam deteriorização evidente, prejudicando os serviços da imprensa.”

Capacidade

O projeto inicial do Estádio Nilton Santos, feito pelo arquiteto P.H. Paranhos, teria capacidade para 35 mil lugares. Mas o projeto foi substituído por outro, reduzindo para dez mil o número de espectadores. Desse total, 8,5 mil pessoas sentadas, mil em pé e 500 na tribuna de honra. Segundo o arquiteto, a projeção de 35 mil lugares foi resultado de um estudo preliminar e que a ideia perdura até os dias atuais. (Com informações do Jornal do Tocantins-Foto: Elias Oliveira)